segunda-feira, 6 de junho de 2011

PMDB; a fênix? - Roberto Freire

A crise entre PMDB e PT é o sinal de que está emergindo das contradições da base aliada do governo um PMDB com certo grau de unidade, que está exigindo mais respeito. Mostrou-o o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), na votação do Código Florestal, na qual a emenda da legenda desagradou o governo.

"Nós somos governo", disse Alves, retrucando as críticas e censuras que se seguiram ao gesto perpetrado na estrondosa aprovação do texto da emenda. Expressava a afirmação de que não só o PT é governo, coisa que não parece muito clara aos adeptos do lulo-petismo.

Tratado com desprezo nos dois governos de Lula - que estava interessado apenas no número de votos que o partido lhe garantia no Congresso e no tempo de televisão - e também nesse comecinho da gestão Dilma, o PMDB está deixando de ser uma federação, um agrupamento de facções, para voltar a ser um partido de grande porte, que quer ser considerado como tal.

Isso entra em choque com o petismo, que, narcisista, vê apenas a si próprio como digno de respeito, que é incapaz de dispensar a outro partido o mesmo tratamento que deseja receber. É claro que nem todos os peemedebistas integram esse processo de renascimento do partido.

Existem - e não em pequeno número - aqueles que apenas se saciam nos governos aos quais o PMDB garante maioria no Congresso. Esses continuam velhos como suas práticas patrimonialistas e fisiológicas, agarrados a algum naco de poder disponível na máquina do oficialismo. Em outra ponta, há gente querendo mudar esse diapasão.

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