segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

FILHOS SÃO DO MUNDO...José Saramago

Filhos são do mundo...(José Saramago) Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens.A partir de certa idade, só valem conselhos.Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga.E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso.O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!Então, de quem são nossos filhos?Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas,porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento?Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo! Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo.O problema é que meu coração já é deles.Santo anjo do Senhor... É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!!"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "
Enviada por Izabel Avalone

domingo, 27 de fevereiro de 2011

MOACYR SCLIAR - Ralph Hofmann

MOACYR SCLIAR

Ralph J. Hofmann

Enquanto escrevo esta crônica Moacyr Scliar está sendo velado em um salão da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Lembro do primeiro conto de Moacyr que li. Era numa coletânea de jovens escritores do Rio Grande do Sul. “Os Nove do Sul”. Moacyr, em fim de curso de medicina escreveu “Pequena História de um Pequeno Cadáver”. Neste conto ele lembrava do cadáver que dissecou nas aulas de anatomia do primeiro ano, uma mulher de baixa estatura. A mulher-cadáver falava com ele. Se considerava professora dos alunos que a dissecavam. Praticamente instava para que nela aprendessem bem, aproveitassem bem para que fossem bons profissionais no futuro. Contava algo de seu passado.

Idealista escolheu uma especialidade que jamais enriqueceu ninguém. Praticou saúde pública até se aposentar. O escrever para ele era compulsão, não vaidade. Não podia deixar de escrever, mesmo com tempo exíguo entre a medicina, esposa e filhos.

Não entrarei no mérito da sua obra. Pessoalmente gostei de muitos de seus escritos e achei outros menos palatáveis, mas acho que poucos imortais fizeram mais para disseminar a idéia da cultura ao alcance de todos do que Moacyr Scliar.

Corria o Brasil e o mundo contando o ambiente na casa relativamente humilde de sua mãe no bairro do Bomfim em Porto Alegre, onde podiam fazer economia de muitas coisas, mas nunca de aceso a livros.

Esforçava-se por convencer qualquer jovem que o quisesse escutar a ler, ler onivoramente, ler de tudo que cativasse a atenção desde literatura séria até romances de capa e espada. Tudo contribuiria para uma capacidade de enxergar o mundo.

Além disto, convidado manifestava-se sobre os grandes desafios do fim do século XX e início do século XXI, sem tomar a si um manto de profeta.

Descansou um grande homem que tinha o mérito da discrição.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A BUSCA DE ACORDO - Merval Pereira

Enviado por Merval Pereiras -
26.2.2011
8h03m
política
A busca do acordo
Não foi por acaso que o presidente do Senado, José Sarney, convidou o vice-presidente Michel Temer para participar da instalação da comissão do Senado encarregada de propor uma reforma política. Temer tem grande influência na Câmara e pode ajudar a desobstruir canais quando chegar a hora de negociar os termos da reforma com os deputados, que sempre ficam melindrados quando uma reforma política começa pela definição pelo Senado das regras que os elegem.
Na verdade, o centro da reforma que está sendo discutida é o sistema proporcional de escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores, considerado por boa parte dos políticos o responsável pela falta de representatividade das bancadas partidárias.
O vice Michel Temer tem uma visão bastante objetiva da questão, acusando o voto proporcional de distorcer o conceito básico da democracia, que é o respeito à vontade da maioria.
Trazendo a discussão para o conceito de regime democrático, o vice abre caminho para uma ampliação do horizonte dos debates, acusando ao mesmo tempo o voto distrital, utilizado na maior parte dos países democráticos desenvolvidos, de apequenar o processo político.
Temer chama a atenção para o fato de que o argumento mais utilizado a favor do voto distrital, o de que ele aproximaria o candidato do eleitor e permitiria uma fiscalização maior de sua atividade, traduz uma visão mesquinha do papel de um deputado federal, que existiria, na sua concepção, não para representar os cidadãos do estado pelo qual foi eleito, mas sim os brasileiros de maneira geral.
Quem representa os estado são os senadores, insiste Temer, para quem o papel do deputado tem dimensão nacional e não regional.
Defensor do chamado "distritão", em que cada estado elege pelo voto majoritário seus representantes para a Câmara, Temer chama de "distritinho" o voto distrital tradicional, que transformaria os deputados em vereadores, subvertendo a função de cada um.
Por esse raciocínio, os vereadores, sim, poderiam ser eleitos pelo voto distrital.
O PSDB, aliás, que apoia o voto distrital, já fez uma proposta, através do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de implantar o sistema gradativamente, começando pela eleição de vereadores.
O vice Temer considera que o "distritão", ao contrário do que o acusam, vai fortalecer os partidos políticos, pois o candidato eleito estará comprometido com a fidelidade partidária, com seu mandato pertencendo ao partido, como é hoje, ou podendo mudar de legenda apenas seis meses antes das eleições, como está proposto na reforma.
O partido também teria, na sua visão, mais importância na definição dos candidatos, não necessitando sair à cata de tantos nomes para juntar votos na legenda, como acontece agora.
No voto proporcional, a definição de quantas vagas cada partido ocupará na Câmara é feita pelo quociente eleitoral, o número mínimo de votos que um candidato tem que ter para ser eleito.
Na recente eleição, apenas 35 deputados foram eleitos por seus próprios votos, enquanto o restante dos 513 teve a ajuda da soma dos votos de outros candidatos para chegar à Câmara, isto é, apenas cerca de 7% dos candidatos atingiram o quociente eleitoral no país inteiro.
Esse fenômeno, juntamente com as coligações proporcionais, leva a distorções na representação partidária no Congresso.
Um partido que tenha um puxador de votos forte, como foi Enéas no PRONA em 2002, leva para a Câmara deputados com 275 votos, enquanto outro candidato, com mais de 127 mil votos, não se elege porque seu partido não conseguiu atingir a soma de votos suficiente para eleger um deputado.
Esse exemplo é real: em 2002, o candidato Vanderley Assis, do PRONA, foi eleito, enquanto Jorge Tadeu, do PMDB, ficou de fora.
Já as coligações proporcionais, que só existem para ajudar os partidos a aumentar as chances de atingir o quociente eleitoral, podem fazer com que um eleitor do PT acabe ajudando a eleger um candidato do PMN, muitas vezes de ideologia política distinta da que ele queria ver na Câmara.
O voto majoritário acaba com as coligações e também, na opinião de Temer, com a necessidade de procurar puxadores de votos do tipo Tiririca.
Esses, aliás, seriam rejeitados pelos partidos, pois ocupariam uma vaga dos políticos tradicionais.
E os bons de voto também não levariam no seu rastro candidatos mal votados.
De qualquer maneira, Temer não vê clima no Congresso hoje para aprovar apenas o "distritão" ou o voto em lista fechada, como advoga o PT.
Esta modalidade, por sinal, tem a rejeição da maioria dos políticos, que teme a chamada ditadura partidária, e também da opinião pública, que rejeita a ideia de não votar diretamente em seu preferido.
Há um movimento no Congresso por um acordo pela adoção do "distritão misto" como maneira de conseguir a maioria de apoio.
Para agradar à Câmara, há até a proposta de acabar com o suplente de senador e em seu lugar entrar o deputado mais votado do partido.
Não parece muito lógico, mas tudo é possível , principalmente não acontecer nada.( o que tudo indica, será aprovado financiamento de campanha, unanimidade)
A informação de que o governo retomou os estudos da reforma previdenciária e estaria disposto a definir uma idade mínima para a aposentadoria — 65 anos para homens e 60 para mulheres — é um bom sinal.
Ainda mais se também enviar para o Congresso a regulamentação da previdência complementar do serviço público.

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

USUÁRIOS DE PLANOS DE SAUDE SE CUIDEM

USUÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE SE CUIDEM Francisco Marcos *Médicos de todo país decidiram paralisar as consultas no Dia Internacional da Saúde: 7 de abril. Os braços serão cruzados devido à postura das administradoras dos planos de saúde em não reajustar a tabela de remuneração das consultas. A paralisação foi aprovada 18/02/2011, em reunião de representantes entidades nacionais que representam a categoria médica: FNM, CFM e AMB.“As operadoras estão resistentes em negociar com os médicos. Faremos um alerta para a pauta do movimento”, alertam os representantes da categoria.As entidades reivindicam, além do reajuste imediato, a data base 18 de outubro, o Dia do Médico, para a correção anual da remuneração dos honorários médicos.FenaSaúde representa os planos privados de saúde que pagam, hoje, entre R$ 15 e R$ 49 por consulta, dependendo da especialidade médica.São valores muito abaixo dos praticados pelo mercado. Daí a revolta das entidades médicas. Sondagem feita pelo Datafolha revelou: 92% dos médicos credenciados queixam-se da interferência das operadoras no diagnóstico e no tratamento dos pacientes. Os médicos sustentam que as administradoras dos planos de saúde recusam procedimentos que só a eles cabe decidir se são ou não necessários.Algo que prejudica, só em São Paulo, uma legião de 17,6 milhões de usuários dos planos de assistência médica privada. Na ocasião, as operadoras se defenderam com dois argumentos: 1) os médicos estariam requisitando exames e procedimentos não cobertos pelos planos.2) os médicos estariam duplicando consultas e exames como forma de elevar os seus honorários.O sempre escorchado detentor do plano de saúde será o único derrotado nesta guerra. E o direito à saúde como é que fica? Simplesmente não fica, pois a questão de saúde é quase perfeita no Brasil.
Francisco Marcos(19) 2511-2898 e 3232-9769msn: framajunior@hotmail.comwww.papolivre.com.br

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O MUNDO RODA E É GIRA

Em Campinas a já chamada privatização da administração pública está a prometer muita encrenca. O plenário da Câmara Municipal será palco de feroz disputa entre funcionários públicos, sindicato da categoria, acólitos do PSB enquistados no sindicato e mais o PT que possui trânsito efetivo na área de saúde. Os petistas vibraram quando da aprovação do projeto de lei que trata de taxas e alvarás, sempre míopes pensam que derrotaram os empresários, ledo engano. O empresário repassa para os custos e nós, povo, os trouxas de plantão pagamos. Agora o projeto das Organizações Sociais pega na veia petista, sempre cioso de sua origem proletária. Membros da base de submissão ao prefeito estão em um biquini justíssimo, biblicamente não podem servir a dois senhores: ou ficam com aqueles que são a razão de sua existencia ou aos que auxiliam na sua subsistencia. O alcaíde pantaneiro se mandou para a Flórida, Villagra assumiu e será o grande derrotado com qualquer resultado, ao menos que o projeto seja retirado para posterior reapresentação. A encomenda tem que ser entregue